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O que é "Sair do armário" e como surgiu a expressão

A expressão "sair do armário" tornou-se parte fundamental do vocabulário brasileiro quando se trata de orientação sexual e identidade de gênero. Mas você sabe de onde vem essa metáfora e por que ela se tornou tão significativa para a comunidade LGBT+?


sair do armário

A origem da expressão "sair do armário"


A explicação é relativamente simples: os brasileiros literalmente traduziram a gíria americana "come out of the closet". Esta expressão inglesa, por sua vez, foi provavelmente criada a partir da fusão de duas outras expressões tradicionais da língua inglesa dos séculos XIX e XX.


Nos séculos 19 e 20, "come out" ("sair" ou "se revelar") era o verbo usado quando as debutantes se apresentavam à sociedade em grandes festas, com o objetivo de atrair possíveis maridos.


Era como se as meninas agora "se revelassem" adultas, marcando oficialmente sua entrada na vida social adulta. Esta cerimônia de apresentação era um momento de grande visibilidade e reconhecimento social.


Para entender completamente o significado da expressão "come out of the closet", é importante conhecer também "skeletons in the closet" (esqueletos no armário).


Esta gíria sempre foi sinônimo de segredo vergonhoso - algo que se esconde por medo ou constrangimento. No contexto da comunidade gay, devido ao preconceito histórico e social, esse "segredo" era frequentemente a própria orientação sexual.


A fusão dessas duas expressões criou uma metáfora particularmente poderosa: assim como as debutantes "saíam" para se apresentar à sociedade em um momento de celebração e reconhecimento, pessoas LGBT+ passaram a "sair do armário" para se apresentar ao mundo, demonstrando que não tinham nada de que se envergonhar ou esconder.


A ironia é que, enquanto o "coming out" das debutantes era celebrado pela sociedade, o "coming out" da comunidade LGBTQIAP+ enfrentava - e ainda enfrenta - resistência e preconceito.


Um processo contínuo, não um evento único


Um equívoco comum é pensar que "sair do armário" é um evento definitivo, uma única declaração que resolve tudo. Na realidade, é um processo contínuo e complexo. Como explica o especialista Reinaldo Bugarelli: "é possível escancarar essa porta, que sempre vai ter alguém que vai querer encostá-la novamente. Seja em casa, numa roda de amigos, ou principalmente no trabalho."


Isso acontece porque nossa sociedade opera sob o padrão da heteronormatividade - a suposição de que todos são heterossexuais e cisgêneros até que se prove o contrário. Quem não se encaixa nesse padrão, como a comunidade LGBTQIAP+, está constantemente desafiando esse sistema simplesmente para existir.


Uma questão de sobrevivência e cidadania


Bugarelli destaca que sair do armário vai muito além de uma escolha pessoal: "Você pode fazer isso para ajudar a sociedade, mas no mínimo a gente sai do armário para sobreviver, para dizer: Olha eu estou aqui, não passe por cima de mim né, não me ignore em uma política, em um processo, em um procedimento. Então, a todo momento, a gente precisa estar saindo do armário para se impor."


Esta perspectiva revela como o ato de se assumir tornou-se uma questão de cidadania. Diferentemente do passado, quando sair do armário significava principalmente discutir a vida íntima, hoje representa uma afirmação de direitos e existência social.


O papel das empresas e instituições


As organizações também precisam "sair do armário" no que se refere à diversidade e inclusão. Segundo Bugarelli, "o mundo empresarial brasileiro ainda é muito fechado para esse tema", mas há um movimento crescente de empresas que estão prestando atenção às questões de diversidade, equidade e inclusão.


"A empresa saindo do armário não quer dizer que é perfeita, o que tem um compromisso de querer aprender e interagir com essas questões", explica. Criar ambientes seguros onde as pessoas não precisem esconder sua identidade é fundamental para uma sociedade mais justa.


Visibilidade como ferramenta de transformação


Hoje, sair do armário - seja em português ou "come out of the closet" em inglês - representa uma questão de cidadania muito mais ampla. Quanto mais pessoas quebram essa barreira, mais clara fica a dimensão real da comunidade LGBTQIAP+ e, consequentemente, sua força política e social.


A visibilidade é uma ferramenta poderosa de transformação. Quando pessoas se assumem publicamente, elas não apenas afirmam sua própria identidade, mas também contribuem para a construção de uma sociedade mais diversa e inclusiva. Cada pessoa que sai do armário ajuda a normalizar a diversidade sexual e de gênero, criando um mundo mais seguro para as gerações futuras.


Uma Decisão Pessoal e Complexa


É importante ressaltar que sair do armário é uma decisão extremamente pessoal. Não se deve pressionar ninguém a se assumir, pois cada pessoa conhece melhor sua própria situação, segurança e momento adequado.


Fatores como apoio familiar, segurança no trabalho, condições socioeconômicas e contexto cultural influenciam profundamente essa decisão.


Como bem coloca um ativista: "só quem está dentro dele pode saber o exato momento de deixá-lo". Embora muitos relatem que "a vida aqui fora é muito mais clara", o processo deve sempre respeitar o tempo e as circunstâncias individuais.


A expressão "sair do armário" carrega em si uma história de luta, resistência e busca por dignidade. Nascida de um contexto onde a diversidade sexual era vista como algo a ser escondido, ela se transformou em um símbolo de coragem e autoafirmação.


Compreender a origem e o significado dessa expressão nos ajuda a entender melhor os desafios enfrentados pela comunidade LGBTQIAP+ e a importância da visibilidade na construção de uma sociedade mais justa e inclusiva.


Cada pessoa que escolhe sair do armário, em seu próprio tempo e contexto, contribui para um mundo onde a diversidade seja celebrada, não escondida.

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