Quando devo evitar ter relação sexual com meu parceiro?
- Redação Uomini

- 3 de out.
- 4 min de leitura
A intimidade é uma parte vibrante e essencial de muitos relacionamentos, especialmente na comunidade gay, onde a conexão e a expressão são valorizadas.

Uma pausa na relação sexual
E que bom que é assim! Para a maioria das pessoas, o sexo é uma atividade prazerosa e saudável, que fortalece os laços e contribui para o bem-estar geral.
São raras as situações em que ele precisa ser totalmente evitado, especialmente para casais que compartilham uma relação saudável e de confiança mútua.
No entanto, existem momentos em que o cuidado com a saúde – sua e do seu parceiro – pede uma pausa. Não se trata de privação, mas de sabedoria.
Reconhecer quando o corpo precisa de um tempo para se recuperar ou quando há riscos envolvidos é um ato de amor-próprio e de respeito pelo outro.
Vamos entender algumas situações em que uma pausa na atividade sexual pode ser a melhor decisão:
1. Dor durante o sexo (Dispareunia)
A dor durante o sexo, ou dispareunia, é um sinal claro de que algo não vai bem. Ignorar a dor pode agravar um problema existente e transformar um momento de prazer em desconforto.
Para homens: As causas podem variar de infecções na uretra e bexiga a condições como fimose ou curvatura peniana anormal (Doença de Peyronie).
Para mulheres (no contexto de casais lésbicos ou bissexuais): Infecções vaginais, endometriose ou doença inflamatória pélvica (DIP) são algumas das razões mais comuns.
O que fazer: Se você ou seu parceiro estão sentindo dor, o primeiro passo é buscar ajuda médica. Um urologista, ginecologista ou clínico geral pode identificar a causa e iniciar o tratamento adequado.
Evitar a relação sexual durante esse período é fundamental para permitir a recuperação e prevenir a transmissão de possíveis infecções.
2. Durante o tratamento de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs)
Esta é uma das situações mais cruciais para pausar a atividade sexual. Mesmo com o uso de preservativo, o risco de transmissão pode não ser zero em alguns casos, e a fricção do sexo pode irritar as áreas afetadas, dificultando a cicatrização.
O que fazer: Se você ou seu parceiro estão em tratamento para qualquer IST, o ideal é evitar qualquer tipo de contato sexual (oral, anal ou vaginal) até a conclusão do tratamento e a liberação médica.
Em muitos casos, ambos os parceiros precisam ser tratados simultaneamente para evitar a reinfecção. Siga rigorosamente as orientações do seu médico.
3. Feridas ou traumas na região íntima
Qualquer tipo de ferida, corte, lesão ou trauma na região íntima, seja no pênis, ânus, vulva ou vagina, é um motivo para cautela.
Risco de Infecção: A fricção durante o sexo pode irritar a ferida, atrasar a cicatrização e até levar a uma infecção secundária.
Risco de Transmissão: Feridas abertas podem aumentar significativamente o risco de transmissão de ISTs.
O que fazer: Consulte um médico para avaliar a ferida. Ele poderá indicar o tratamento e o tempo necessário para a cicatrização completa antes de retomar as atividades sexuais.
4. Infecção urinária
Uma infecção urinária já causa bastante desconforto e dor em atividades cotidianas. O atrito e os movimentos do sexo podem intensificar essa dor e, em alguns casos, até mesmo agravar a infecção ao introduzir novas bactérias na uretra ou irritar ainda mais o trato urinário.
O que fazer: O melhor é esperar a completa resolução da infecção urinária antes de retomar a vida sexual. Isso garante seu conforto e uma recuperação sem intercorrências.
5. Sistema imunológico enfraquecido
Quando o corpo está lutando contra uma doença, como uma gripe forte, dengue ou outras infecções virais, o sistema imunológico está sobrecarregado.
A atividade sexual, embora prazerosa, é também um esforço físico que pode demandar energia do seu corpo, atrasando a recuperação.
Doenças Crônicas (como HIV): Pessoas vivendo com HIV ou outras condições que afetam o sistema imunológico devem sempre praticar sexo seguro, utilizando preservativos. Em períodos de maior fragilidade do sistema imune (ex: contagem de CD4 baixa), é fundamental discutir com o médico sobre a segurança das relações e a necessidade de cuidados extras.
O que fazer: Se você está se recuperando de uma doença ou tem uma condição que enfraquece seu sistema imune, siga as orientações médicas. Priorize seu descanso e recuperação, e só retome a atividade sexual quando se sentir restabelecido e tiver a liberação do seu profissional de saúde.
Sexo e gravidez (para casais lésbicos)
Embora o contexto principal aqui seja o público gay, vale ressaltar que para casais lésbicos que buscam a gravidez ou estão grávidas (seja por inseminação ou outras formas), a atividade sexual geralmente não está contraindicada na maioria das gestações saudáveis. Se houver alguma preocupação, um ginecologista pode esclarecer.
Sexo e doenças cardíacas
Pacientes com doenças cardiovasculares frequentemente têm dúvidas sobre a segurança do sexo. No entanto, na maioria dos casos, com a doença bem controlada e após avaliação médica, a atividade sexual pode ser mantida sem riscos adicionais significativos. Seu médico é a melhor pessoa para orientá-lo sobre o seu caso específico.
A intimidade sexual é um pilar importante da vida e dos relacionamentos. No entanto, é fundamental abordá-la com consciência e responsabilidade.
Ouvir o seu corpo, dialogar abertamente com seu parceiro(a) e, acima de tudo, buscar orientação médica quando necessário, são atitudes que garantem não apenas o prazer, mas a saúde e o bem-estar duradouro de todos os envolvidos. Lembre-se: cuidar da sua saúde é também um ato de amor.




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