Aumento da circunferência peniana: tudo o que você precisa saber
- Redação Uomini
- 18 de jun.
- 4 min de leitura
O desejo por um pênis maior, mais grosso, é um pensamento que, silenciosamente, acompanha muitos homens.

O aumento da circunferência peniana
Alimentado por uma cultura que supervaloriza o tamanho do órgão genital como sinônimo de virilidade e potência sexual, esse anseio tem levado um número crescente de brasileiros a buscar em consultórios médicos uma solução para a sua insatisfação.
Mas o que a ciência realmente oferece? Quais os custos, os riscos e as reais possibilidades por trás das promessas de um aumento peniano?
Nesta artigo, mergulhamos no universo do engrossamento peniano, ouvindo especialistas, analisando dados e desvendando o que há de verdade e de mito nesse mercado que movimenta milhões e mexe com a autoestima masculina.
As técnicas: do preenchimento à cirurgia
Atualmente, o método mais difundido e acessível para o aumento da circunferência peniana é o preenchimento com ácido hialurônico. Nomes como UroFill e Bioplastia Peniana se popularizaram em clínicas de estética e urologia.
O procedimento, realizado no próprio consultório com anestesia local, consiste na injeção da substância – a mesma utilizada em harmonizações faciais – ao longo do corpo do pênis.
Os resultados são imediatos, com um aumento que pode variar, em média, de 1,7 a 2,5 centímetros na circunferência, segundo materiais de divulgação de clínicas que oferecem o serviço. O efeito, no entanto, é temporário.
O ácido hialurônico é absorvido pelo organismo ao longo do tempo, com uma duração que varia de um a quatro anos, exigindo novas aplicações para a manutenção do resultado.
Para além dos preenchedores, existem as opções cirúrgicas. A mais comum para o engrossamento é o enxerto de gordura, no qual a gordura retirada de outra parte do corpo do paciente é injetada no pênis.
Há também técnicas mais invasivas e controversas, que utilizam implantes de silicone ou o polimetilmetacrilato (PMMA), um preenchedor definitivo com histórico de complicações.
Já a cirurgia de secção do ligamento suspensor, popularmente conhecida como ligamentólise, tem como objetivo aumentar o comprimento aparente do pênis em estado flácido, e não a sua circunferência.
A palavra dos especialistas e das sociedades médicas
Apesar da popularidade crescente, a comunidade médica, em sua maioria, olha para esses procedimentos com cautela.
A Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) e os conselhos regionais de medicina mantêm um posicionamento claro: cirurgias para aumento peniano com fins puramente estéticos são consideradas experimentais e não são recomendadas.
Um parecer do Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais (CRM-MG) de 2020 classifica as cirurgias de aumento peniano como "procedimentos experimentais" e afirma que a aplicação de PMMA para este fim "não tem respaldo técnico-científico".
A principal preocupação das entidades médicas reside nos riscos e nas possíveis complicações, que não são poucas.
Os riscos no caminho do aumento
Tanto os preenchimentos quanto as cirurgias carregam uma lista de possíveis efeitos adversos. Nos procedimentos com ácido hialurônico, os riscos mais comuns incluem:
Infecções: Como em qualquer procedimento que perfura a pele.
Formação de nódulos e irregularidades: O produto pode se acumular em certas áreas, criando um aspecto assimétrico e disforme.
Reações alérgicas: Embora raras, podem ocorrer.
Necrose tecidual: Em casos extremos, a aplicação inadequada pode levar à morte do tecido.
Já nas cirurgias, as complicações podem ser ainda mais severas, incluindo:
Danos a nervos e artérias: Com potencial para levar à perda de sensibilidade e, em casos mais graves, à disfunção erétil.
Reabsorção da gordura: No caso do enxerto, o corpo pode absorver a gordura de forma irregular, resultando em um pênis com contorno disforme.
Rejeição de implantes: No caso de materiais sintéticos.
Fibrose e retração cicatricial: Que podem deformar o pênis.
A questão psicológica: o tamanho real da insatisfação
Especialistas alertam que, em muitos casos, a insatisfação com o tamanho do pênis não corresponde à realidade anatômica. O que muitos homens percebem como um problema é, na verdade, uma distorção da autoimagem, um quadro conhecido como transtorno dismórfico corporal.
Nesses casos, a SBU orienta que o tratamento não deve ser cirúrgico, mas sim psicológico, para ajudar o paciente a ter uma percepção mais realista e saudável do próprio corpo. A busca incessante por um ideal de perfeição pode levar a uma espiral de procedimentos, insatisfação e frustração.
O preço da vaidade: quanto custa o sonho do aumento?
O investimento para quem decide seguir por esse caminho é alto. O preenchimento com ácido hialurônico tem um custo que varia de R$ 1.600 a R$ 1.800 por seringa, e um tratamento completo pode facilmente ultrapassar os R$ 30.000.
As cirurgias, por sua vez, têm um custo ainda mais elevado, variando de R$ 20.000 a R$ 50.000, dependendo da técnica utilizada, da equipe médica e dos custos hospitalares.
A decisão final: informação como melhor ferramenta
A busca por um aumento peniano é uma decisão pessoal e complexa, que envolve questões de autoestima, sexualidade e saúde. Antes de se submeter a qualquer procedimento, é fundamental que o homem busque informações de fontes confiáveis, desconfie de promessas milagrosas e, acima de tudo, procure um urologista qualificado e ético.
É crucial uma avaliação médica criteriosa, que inclua um diálogo aberto sobre as expectativas, os reais benefícios e, principalmente, os riscos envolvidos.
A decisão mais acertada é sempre aquela tomada com base em informação de qualidade e com a plena consciência de que a saúde, tanto física quanto mental, deve vir em primeiro lugar.
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