Era uma noite quente e eu estava sozinho em casa, deitado e com o ventilador ligado, quando decidi pedir um lanche para distrair a mente.
Pouco depois, o som inconfundível de uma moto cortando o silêncio da rua anunciou a chegada do motoboy.
Abri a porta e me deparei com ele: um homem de aparência marcante, pele bronzeada pelo sol e músculos delineados sob a blusa justa.
Ele tirou o capacete, revelando cabelos castanhos e olhos de um castanho profundo que evita atravessar minha alma.
— Boa noite, o pedido é seu? — Disse ele, com um sorriso que revelava dentes perfeitamente alinhados.
— Sim, é meu. Pode deixar aqui.
Enquanto ele se inclinava para entregar a sacola, percebeu o leve aroma de colônia misturado ao cheiro de asfalto e adrenalina. Era uma combinação irresistível. Nossos olhares se cruzaram, e por um instante o tempo pareceu parar.
— Está tudo certo? — ele disse, com um tom provocador que denunciava que ele também havia notado algo no ar.
Tomei coragem e respondi:
— Sim, tudo certo... embora eu ache que você entregou mais do que só o pedido.
— Talvez eu tenha entregue algo a mais, sim.
Sem saber como, mas movido pelo desejo que cresceu entre nós, convidei-o para entrar. Ele hesitou por um segundo, mas logo cruzou a porta, fechando-a.
— Você sempre convida estranhos para entrar? — Disse ele, encostando-se casualmente na parede.
— Só quando o estranho é interessante ou bastante.
Ele sorriu de canto, aproximando-se lentamente. Com as mãos, subiu a camiseta pelo pescoço, revelando um corpo impecavelmente esculpido.
Minha respiração acelerou enquanto ele se aproximava ainda mais, até que sua boca encontrou a minha em um beijo intenso e carregado de desejo.
Suas mãos, firmes e decididas, exploravam meu corpo enquanto eu fazia o mesmo com o dele. O calor entre nós parecia se intensificar a cada toque.
Ele me atraiu com facilidade, me levando até o sofá, onde nossos corpos finalmente se conectaram em um ritmo que alternava entre a urgência e a pura exploração.
O cheiro de pele e o som de nossas respirações me deixava louco de tesão. Ele era intenso, mas cuidadoso, como se soubesse exatamente o que fazer para deixar o momento inesquecível.
Depois de uma transa intensa e gostosa, exaustos e satisfeitos, nos jogamos no sofá, rindo entre beijos e carícias.
— Acho que vou precisar pedir mais lanches — brinquei, passando a mão pelo peito dele.
Ele riu novamente, olhando para mim com um olhar que prometia repetir a dose.
— Ou talvez eu só precise passar por aqui de vez em quando, mesmo sem pedido.
E assim começou o que seria o início de noites tão quente quanto aquela.
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